sábado, 30 de maio de 2009

Paul Cézanne - francês - 1839/1906



Natureza morta - Maçãs e Laranjas

" Quando eu preciso julgar uma arte, eu levo minhas pinturas e as deixo próximas a um objeto feito por Deus, como uma árvore ou uma flor. Se os dois lados combatem, elas não são artes."

Como é difícil a vida de um artista, onde se dedica tanto em vida e recebe tão pouco. É como se as pinturas fossem transparentes aos olhos humanos, e os corações fechados para receber o novo, o inexplicável, o que vem de não sei de onde, e é representado através de cores, formas, texturas... caminhar por estradas escuras, ser visto como um ser estranho, procurando isolamento por não compreendido...assim foi a vida de Paul Cézanne...que mesmo contrariado pela vontade do pai, começou a estudar direito na Universidade de Aix, e foi trabalhar no banco do pai e retomou os estudos na escola de desenho, arranja um estúdio no Jas de Boufan em 1862. Deixa o banco do pai e abandona a carreira jurídica.

Volta para Paris com uma pensão mensal de seu pai.
Em 1863, trabalha regularmente na Academia Suíça, onde encontra: Pissarro, Renoir, e Sisley. Foi reprovado na Escola de Belas Artes, já que tinha um temperamento de um colorista.
Cézanne, foi várias vezes recusado no salão da Academia de Belas Artes, onde suas pinturas eram rejeitadas, pois eram impressionistas e assim consideradas revolucionárias.
Todas essas “derrotas” causaram em Cézanne desânimo, fúria e depressão.
Seus primeiros trabalhos se preocupavam muito com a figura na paisagem, e compunham várias pinturas de grupos grandes e pesados no ambiente, que eram pintadas da imaginação.
Mais tarde passou a se interessar em trabalhar com observação direta e gradualmente desenvolveu um estilo de pintura mais leve e aéreo, que passaria a influenciar em muitos os pintores impressionistas.
Em toda a sua vida, se esforçou em desenvolver uma observação autêntica do mundo visto através do método mais preciso que soubesse para poder representá-lo. Para isso ordenava tudo o que queria em formas e planos de cor simples.
Cézanne afirmou que: (Eu quero tornar do impressionismo algo sólido e duradouro, assim como a arte nos museus), e assim a sua contensão de que estava recriando a “natureza morta de Poussin” deixa o seu desejo de unir a natureza com a permanência da composição clássica.
Cézanne trabalha em suas pinturas como um louco, a fim de obter fama e reconhecimento, m
as muitas vezes sofreu rejeição,

constrangimentos, medos e por ser uma pessoa sensível e romântica não suportou conviver com tanta ignorância, e procurou se isolar em busca de mais tempo e tranquilidade e nenhuma interferência.
Cézanne não suportava as leis da perspectiva. A sua concepção era arquitetônica. O seu estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne se preocupava mais pela adaptação dessas formas, que pela representação do ambiente atmosférico.
Este cultivava sobre tudo, a paisagem e a representação das naturezas mortas, mas também pintou figuras humanas em grupos e retratos.

Antes de começar as suas paisagens estudava e analisava seus valores plásticos reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçavam a base de pinceladas. Árvores, casas, e demais elementos da paisagem subordinavam-se a unidade de composição. As suas paisagens são sutilmente geométricas.
Enfim, a vida de Cézanne e suas pesquisas foram amenizadas, pela herança deixada por seu pai, dando-lhe sustento e um pouco de tranquilidade para trabalhar, e com isso criou uma das áreas mais revolucionárias da arte do século XX, e o responsável pelo advento do Cubismo, inspirando: Picasso, Braque, Gris e outros, que passaram a experimentar múltiplas visões e complexas de um mesmo objeto, e eventualmente a fratura da forma, para compor suas descobertas.

Cézanne foi pego por uma tempestade enquanto trabalhava em campo aberto e após pintar durante duas horas debaixo da chuva, é que decidiu ir para casa, onde veio a falecer por uma grave pneumonia.
Seu local de trabalho se tornou um monumento, “o Atelier Paul Cézanne”.







11 comentários:

Mona Lisa disse...

Olá Waléria

Aprecio muito a arte de Paul Cézanne, sobretudo as paisagens e naturezas mortas.

A minha preferida é precisamente a que tens no post : " Natureza Morta com Maçãs e Laranjas"

Bjs.

Lisa

Donagata disse...

Mais uma belíssima lição sobre um pintor que, naturalmente, conheço mas, do qual sabia pouco. Por exemplo, conheço algumas das suas naturezas mortas e não só ,mas não imaginava que, de algum modo estivesse na génese do cubismo...

Santa ignorância!

Beijos. E, mais uma vez parabéns pelas muitas aprendizagens que proporcionas.

Carla disse...

Está em falta nada, isto é mesmo assim, o tempo muitas vezes não é o nosso melhor amigo, não chega para tudo o que queremos. Por outro lado só pode significar que estamos bem com a vida, porque amamos muita coisa e temos objectivos até sermos bem velhinhos ih ih ih e espertos ainda eu espero. Um beijão e aparece sempre, suas criticas são importantes para mim

Luma D. disse...

Oi Wall.
Indiquei um selo para o seu blog, dê uma passadinha no Meu Cantinho Virtual para saber detalhes.

Beijo =D

Ps: Ler sua postagens é uma verdadeira aula... Adoro isso.

Vanessa B. disse...

É incrível como a gente nunca cansa de ir atrás daquilo que realmente se encaixa com a gente. Foi isso que eu pensei quando li esse artigo.

PATRICKÍSSIMO disse...

Ah, esses mestres da pintura!

Sempre colocando mundos dentro de mundos!

Estive por aqui.

Rowena Aranrot disse...

Oi, Wall!!!

Passando para lhe deixar um beijinho e parabenizá-la pelas ricas informações!

Beijos e bênçãos...

)O( Rowena

Beto72 disse...

Acho que é o papel do artista, estar tão próximo da natureza que com ela se indentifica. Pena que sua busca radical o matou antecipadamente, quanto não poderia mais ter deixado?

Luma D. disse...

Oi Wall.
Obrigada. Dessa vez ela mandou, sim. Não sei porque das outras vezes não mandou e também nem respondeu aos emails.

Beijo =)

Tais Luso de Carvalho disse...

Walzinha, Cézanne foi grande por inúmeros fatores que relataste. Lutou pelo que acreditava, mas custou a ser reconhecido pelo grande mundo de Paris e quase não vendeu nada em vida. Era um obcecado, pintou 60 quadros sobre a mesma montanha de Santa Vitória, de sua terra natal.

Arredio, dizia que poderia revolucionar a pintura apenas com uma maçã. Suas naturezas mortas são fascinantes pela beleza de suas cores.

Em seus últimos trabalhos pintava mais livre, anulando as três dimensões em telas planas, tentando pintar algo que fosse mais sólido e duradouro, segundo seu pensamento.

Em 2001, um de seus quadros, retratando a montanha de Santa Vitória, foi vendido por 38 milhões de dólares, no leilão da Casa Phillips, nos Estados Unidos.

Bela matéria, como sempre.
Beijão grande, amiga
Tais luso

Mona Lisa disse...

Oi Waléria

Passei só para lhe dizer que tenho no meu blog um "miminho" que gostava que levasses.

Bjs.

Lisa

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