terça-feira, 1 de junho de 2010

O Pensador - François-Auguste René Rodin - França-1840/1917

Quando nascemos deixamos para trás o conforto, a proteção, a paz. Quando nascemos sentimos falta de ar, choramos, e não sabemos o que vamos encontrar pela frente. Crescemos e temos que fazer escolhas, e essa fase é a mais difícil, travamos uma batalha interior, onde tudo se torna tão grande, que parece não caber no peito.
A verdade é que temos medo de crescer e de sermos adultos. E por detrás da minha janela agora olho a paisagem lá fora... está chovendo, abro o computador e começo a escrever a história de um homem que fez da escultura sua razão de viver!!!


"Rodin era pequeno, quadrado, forte, tinha a cabeça completamente raspada, e uma barba abundante - foi-me apresentado suas obras com simplicidade dos que são verdadeiramente grandes - passava as mãos sobre suas esculturas e as acariciava”!
Nasceu em 12 de Novembro de 1840, na Paris sórdida e velha do Distrito do Val-de-Grâce. Seu pai Jean-Baptiste Rodin - era de origem normanda(simples funcionário da polícia) e sua mãe uma lorenesa (Marie Cheffer)s/segunda esposa.
Sua casa na rua d’Arbalette, limitava-se com os jardins que outrora tinham acolhido a infância de Victor Hugo.



Rodin sofreu muito com a miséria que envolvia seu lar. Sua única diversão era desenhar, mas muitas vezes faltava-lhe papel, e até o que comer.
Aluno do Val-de-Grâce, saiu de lá tão analfabeto quanto entrou, para desespero dos pais e professores. E diante do fracasso escolar, o pai parece que cansou, e passou a bola, entregando-o a um parente (Alexandre) que dava aulas em uma escola rural em Beauvais. Mas as coisas parecem que não surtiram efeito...pois nos estudos era muito fraco, mas como artista se deleitava na pura contemplação da paisagem e da terra, muito longe da sórdida penúria do bairro natal.
Em 1854, volta a Paris, e começa a frequentar uma escola de desenho, destinada a jovens operários. A sorte chegou perto dele, quando teve um encontro com Carpeaux um dos professores. Seus fracassos anteriores se converteram em medalhas de bronze, e em seus primeiros prêmios.


Rodin era disparado o melhor, isto nos faz entender que nem todos nasceram para o estudo, mas o dom, esse já vem formado. Mesmo tudo correndo as mil maravilhas, Rodin, vagava inquieto pelo Louvre, estudando e contemplando as obras primas. Em 1857, tentou conquistar por 3 vezes um espaço na Escola de Belas Artes, mas humildemente obedece seu destino, terá que formar-se longe das academias, dos lugares da Arte e se sujeitar a uma vida obscura e anônima. Trabalhava como menino de recado da mesma forma que Carpeaux(seu professor)no passado. Como vendedor em bazar e por fim, como pedreiro, sob as ordens de um decorador.
Com o escasso dinheiro que reúne, aluga um salão e o transforma em um estúdio. Modela uma cabeça de vagabundo e em 1860 um vagaroso retrato do seu pai.
Quando tudo parecia fluir, entra em desespero ao saber da morte de sua irmã, e se afunda num abismo. Tão grande é a dor que experimenta, que abandona tudo, batendo as portas de um convento, possuído por vertiginosas experiências religiosas – “ Quando era jovem e comungava me sentia penetrado por uma força que me transportava” – disse ele, de si mesmo.
Lá retratou o padre Eymard e em conversa com ele enquanto posava, percebeu que sua entrada na religião tinha sido uma fuga. E o padre então o anima a sair da ordem religiosa, e resgatar sua vida... assim foi...Rodin voltou com mais experiência, mais conhecimento, e mais forte pra continuar sua lida. Prosseguiu com seus dotes artísticos nas ruas, ateliês e ofícios.


Em 1864 entrou no ateliê do escritor Ernest Carrier Belleuse, e trabalhou na decoração escultórica de inúmeros edifícios de Paris. Nesse mesmo ano vê excluído do salão – “O homem do nariz quebrado”, ao mesmo tempo conhece “Rose Beuret(uma aprendiz de costureira) com a qual se unirá para sempre.
O futuro criador de “As portas do Inferno”, livre e espontâneo, indomável, se vê obrigado a vestir o uniforme de cabo da guarda nacional e submeter-se a disciplina militar, durante a guerra de 1870, entre França e Prússia, dado baixa por deficiência visual, continuando o seu trabalho com Carrier-Belleuse.
Em 1871, vai para Bruxelas trabalhar nas figuras que adornarão o novo edifício da bolsa.
No ano de 1875 partiu para Itália, onde estudou a obra de Michelangelo até 1877, retornando a Bélgica e depois a França. Participou do círculo artístico e literário de Bruxelas e do salão dos Artistas franceses com sua obra – “A idade do Bronze” – em 1877 como título de “O Conquistado”, e depois no salão de Paris, já com o título definitivo. É um não absoluto, masculino, e adolescente, tão realista, que os críticos se negaram a abdicá-lo a um escultor desconhecido e afirmaram que tinha sido realizada a partir de um molde extraído de um modelo vivo. Houve necessidade de abrir investigação na qual chegou a intervir o Ministério das Belas Artes, para que por fim a comissão encarregada declarasse que o autor não era um grande artista, mas que seria um grande escultor.
Hoje mais de 150 cópias da escultura adornam os museus do mundo. Porém naquela época não era dado a Rodin o devido valor, tendo que trabalhar para outros escultores.
O antigo padrinho “Carrier Belleuse” – o contrata como desenhista de vasos de SÉVRES e enquanto isso, Rodin dá início a outra obra prima – “São João Batista”, que foi exposto no salão em 1880 e foi um grande sucesso. Finalmente se reconheceu Rodin, - um grande escultor -!


*Essa história não termina aqui, no próximo capítulo eu termino, mostrando inclusive a maior obra deste artista - "O Pensador" - e a releitura que fiz de sua obra, me aguardem! Pois a parte mais "bonita" virá, onde mostrarei através de uma analise, um homem que eu encontrei através de suas obras, e em particular-"O pensador" - onde me afundei dentro de sua alma para poder entender e viver seus sentimentos mais profundos, e ricamente demonstrado através de uma visão de mundo, e do ser humano, e seus maiores valores!

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