segunda-feira, 24 de março de 2014

Romantismo a flor da pele - Antoine Jean Barão Grós - Pintor Francês - (Paris 1771/1835)

Grós o grande representante do romantismo francês, vivido e representado em suas obras. 

Depois da revolução francesa fugiu para itália, acusado de monarquista!  Em Milão foi apresentado a Napoleão Bonaparte por Josefina de Beauharnais, amiga e protetora; conduziu-o ao círculo que rodeava Napoleão Bonaparte, a quem retratou em Milão, e depois da vitoriosa campanha da Itália.

Grós nada mais seguiu os passos do pai, que era um pintor de miniaturas se mostrando exigente , cobrando de Grós a devida perfeição.  Aos 14 anos deu seus primeiros passos ao lado de David, que seria seu grande mestre e crítico mais severo, ao longo de toda sua carreira.  

No começo, seus quadros foram retratos e cenas mitológicas, algo que com certeza tinha sido decisão do mestre! Em suas obras, segue de perto os postulados historicistas e clássicos de David, que a quem nunca abandonou, apesar de crescente influência da onda romântica e de seu novo sentimento.

Como citei acima, Grós nutria  um fascínío muito grande pela figura de Napoleão Bonaparte e revela sua grande admiração pelo militar em 1801, quando ganhou o 1º prêmio num concurso organizado por Napoleão com o quadro: 
_ "A Batalha de Nazaré; "  - na qual seu estilo a essa altura se diferencia de David, onde a cena é dinâmica, dramática e cheia de vida.  A cor tem predominância sobre o traço e a perspectiva orienta o olhar do espectador para o campo de batalha, e é esta obra que precede o romantismo mais puro de Delacroix e Gericault.

Foi dado a Grós a permissão de seguir o exército, em suas batalhas e com esta abertura abre-se um caminho muito rico em detalhes para suas pinturas, que são retratadas em anotações e depois nos quadros; onde pintava as façanhas de Napoleão como herói extraordinário, quase dotado de "poderes milagrosos" como em: 
_ Os apestados de JAFFA - finalizado em 1804 e hoje no Louvre.

Grós nunca abandonou seu mestre David, (nem depois de sua morte) , nem sua forma de criação,
tanto que em 1825, converteu-se no sucessor direto de sua escola e estilo.
Ao exaltar a glória de Napoleão, foi concedido por  CARLOS X  o título de  - BARÃO - 

Uma vida de batalhas, vivendo, apreciando e retratando os campos de batalha, expedições, visitas aos vitimados,  glórias,  admiração e sobretudo  se deparando com a realidade que ora se confundiam  e se misturavam , causando "talvez" um desconforto dentro da visão romântica e idealizadora, para enfrentar nova moda, imposta por Delacroix e Gericault  os quais aprenderam muito com ele, acentuando a frieza e perfeição de seu classicismo até provocar a zombaria do público e da crítica.


Infelizmente o fracasso artístico veio acompanhado com o conjugal.  Desesperado e sem saída, Grós, não resolveu  o conflito conforme as normas clássicas de sua arte, mas seguindo o romantismo ao extremo -  lançou-se ao sena em 1835.  

Algumas pinturas de Antoine:











2 comentários:

Kátia disse...

Minha querida,

Voltar a este espaço e ler tuas linhas didaticamente escritas com a maestria de quem conhece e vive arte é sempre um enlevo.

É bom saber mais sobre o período histórico vivido pelo artista,desse eu não sabia nada e aprender para mim é sempre algo que busco sempre.

Muito obrigada pela partilha!
Beijos!

wallper.lima disse...

Olá Kátia, é sempre muito bom sua presença aqui…eu, em particular, gosto muitas vezes de trazer artistas que poucos falam, até porque poucos os conhecem, e a vida deles é muito rica e interessante.
Bjocas minhas
WaleriaLima

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