quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Geografia Espanhola nas pinturas de Joaquin Sorolla Y Bastida -pintor espanhol-Valença -1863/1923

Será que quando nascemos temos destino marcado, ou somos nós que fazemos nosso destino? Nascer, crescer, fazer escolhas, como é difícil viver! Acredito que sem a arte o ser humano não seria nada, não teria o registro de uma história, cultura e não desenvolveria sentimentos nem emoções!
Hoje conto uma história de um pintor que mesmo órfão aos 2 anos de idade, foi educado pelos tios, recebendo deles orientação para sua verdadeira vocação – o desenho e a pintura, onde foi estudar na escola de belas artes de sua cidade natal. Se foi presente de Deus, não sabemos, mas na verdade tudo isso amenizou e enriqueceu sua vida. Sempre muito dedicado, aos 20 anos conseguiu seu primeiro êxito – uma medalha – na Exposição Nacional de Madri com um quadro onde se agitavam numerosas figuras em um grande espaço –– e assim foi sua trajetória de vida, cheia de sucesso e honras.


Em 1895 obteve vários prêmios por suas obras dedicadas ao mar e a pesca. Seus êxitos prosseguiram em Paris, Munique, Chicago, Viena, Berlim e Veneza – Sorolla, que tinha começado a encontrar-se ao conhecer os impressionistas, descobriu seu próprio centro de gravidade, ao descobrir em JÁVEA, no verão de 1894, o mar, a praia ensolarada com seus banhistas e seus tipos. Durante muitos Verões o viram sempre com seu cavalete, suas telas e pincéis na mesma praia. Nesses quadros tão variados como unidos por idêntico tema, únicos na história da arte, realiza com singular alegria, vibração e intensidade em suas inconfundíveis cenas de praia que estouraram luz e são capazes de transmitir sua incontida alegria ao espectador. Daí seu êxito em Berlim, Dusseldorf, Colônia e Londres, para prosseguir do outro lado do Atlântico em Nova Iorque, Búfalo e Boston.
A exposição em Paris contou com mais ou menos 50 mil visitantes; a de Nova Iorque mais ou menos 160 mil e Sorolla vendeu 200 dos 356 quadros apresentados.
Sorolla possuía luz própria como suas telas, e em conseqüência destas exposições, a instituição – Hispanic Society, encomendou-lhe o que seria seu canto do cisne: Um grande mural à óleo no qual deveriam estar representadas todas as regiões espanholas através de suas paisagens e figuras características.

Sorolla se dedicou completamente por 8 anos, viajou por toda a geografia espanhola, a fim de concluir as 14 grandes telas. A última, de 14 metros de comprimento por 3,5 de largura, medidas comuns a toda série, foi concluída em Ayamonte, na fronteira com Portugal.
Poucos meses depois Sorolla adentrou no abismo da enfermidade que o mataria 3 anos depois. Não pode acompanhar suas obras a Nova Iorque, que começariam a expor de forma permanente...Mas isso “talvez” não fosse relevante, mas sim a conclusão de todas as pinturas encomendadas.
Sorolla deixou além de uma época que bem pode se chamar “Sorolhismo”, mais de 2.000 obras acabadas, as que poderiam somar outras 20.000 levando em consideração suas anotações, desenhos e notas coloridas.Sorolla descobriu sua vocação e atribuiu em suas criações um caminho que o levaria ao sucesso, e definição de uma obra singular, própria de sua escolha, dedicação e amor a um tema que ao invés de prendê-lo lhe deu asas para voar, deixando em cada tela pintada, um
mar que fala de várias formas e beleza!


Em Junho de 1932 pouco depois da morte de sua viúva, inaugurava-se em Madri o museu Sorolla propriedade do estado espanhol por legado da esposa do pintor, o museu de luz e cor, de autêntica pintura, tão espanhola quanto universal.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Arte Naif, pintura simples e pura - Henry Rousseau -1844/1910-França



Caminhos trilhados muitas vezes sem entender, vagar por terras, povos, entre pessoas diversas. Uma criança que não tinha nada de concreto e depois adolescente uma fase difícil, onde a mente indaga e não encontra respostas... indeciso tem que se desfazer de tudo a todo momento, se transformando num andarilho, a procura da sua verdadeira identidade...quem sou eu? Pergunta que nos assombra a todo o momento em nosso mundo interior... que nos faz refletir sobre nossos atos, escolhas, naquilo no qual nos transformamos.
Entre o sol e a chuva por detrás da janela, estou eu, olhando não para fora, mas estou longe, dentro de uma história real, acontecida entre 1844 à 1910 – França, onde por um tempo fiz parte da vida de Henry Rousseau...que aos 19 anos em 1863 cometeu vários pequenos atos delituosos próprios da malandragem itinerante, ingressando no exército que “talvez” tenha lhe dado uma visão do certo e o errado.

Conforme a lenda que ele mesmo encarregou-se de fomentar, fez parte como saxofonista da banda de um regimento militar destinado no México. No entanto, fontes mais seguras mostram que foram frutos de sua fantasia, nutrida isso sim, pelas recordações dos soldados amigos que tinham regressado daquele exótico país.
Rousseau possuía uma carência que lhe fazia companhia, não só pela vida e o modo como ela se apresentou, como as perdas, do pai, dos filhos e da esposa, que lhe causaram solidão, angústia e saudade... talvez assim buscasse criar um mundo diferente do qual ele já conhecia.
Depois da guerra Rousseau arranjou emprego como aduaneiro de 2ª categoria, e esse lhe consumiam 70 horas semanais e passa ser entediante ócio o qual começa a preencher com sua afeição ao desenho. Assim pouco a pouco, Rousseau descobre a sua vocação pela cor e pela pintura.



Em 1884 obtém um passe de copista para poder entrar no Louvre e dois anos depois rejeitado pelo salão, expõe no dos independentes. Neste mesmo ano decide abandonar o seu emprego com uma modesta pensão, a fim de poder dedicar-se a sua vocação.
Aos 42 anos Rousseau, pinta limitando-se ao seu próprio estilo, refletindo as paisagens que a sua fantasia lhe mostrava, procurando seus modelos no jardim de plantas.
Em 1892, por ocasião de uma mostra pictórica, seu auto-retrato arrancou de Gauguin estas palavras:

_ “Isto é pintura, a única coisa que nesta exposição pode ser chamada pintura!”.
Pintor autodidata, que apesar disso, não retrocede no seu desempenho, compartilha seu amor a pintura com quem acaba de chamar a sua porta: Casa-se com a viúva Josephine Noury, mas ao fim de 4 anos estava viúvo outra vez.
Consegue um título de professor de desenho e começa a dar aulas particulares, as quais lhe permitem pagar as dívidas contraídas com seu fornecedor de telas, que o havia denunciado como caloteiro.

Em 1907, talvez em recordação de uma marginalidade de adolescência se vê implicado em um roubo ao banco da França, pelo qual é julgado e condenado a 2 anos de prisão menor; mas Picasso colocou seus olhos nele: comprou um de seus quadros, que levava constantemente consigo. Em 1908 organiza em sua homenagem um jantar ao qual comparecem entre outros: Braque e Apollinaire. Este lhe encomendou o retrato de sua amante _ Marie Laurencin: _ Rousseau pinta um quadro imenso, totalmente ocupado pela retratada. Quando esta irritada, joga-o na cara do pintor! Ele respondeu com toda a candura deste mundo:
_ " Um grande poeta, necessita de uma grande musa!"

Apoiado por nomes tão célebres, Rousseau teria podido desdobrar-se nas glórias da nova e incipiente fama; mas não foi assim.
Um terceiro amor não correspondido tirou-lhe a vontade de seguir adiante. Cansado de lutar e criar ilusões, esse artista considerado o 1° e mais famoso pintor naif, desistiu de interpretar seu papel, desceu do palco, e se recolheu ao fracasso.
Morreu em 02/12/1910 em um hospital de Paris. Só 7 pessoas compareceram ao seu enterro. A cova comum acolheu os seus restos mortais. Dois anos depois, mãos piedosas os levaram a uma sepultura individual, na qual Apollinaire gravou uns versos ao artista independente, socialista e sem outro Deus que frondosa natureza, entre infantil e paradisíaca.


Agora eu consigo ver através da minha janela suas pinturas em cores vivas. Imagens desproporcionais e algumas vezes irreais, de forma simples e pura.


Oi turma! Bem vindos ao blog Wallarte!Não nos vemos desde o ano passado, há, há, há...
Uau! Que história empolgante deste artista! Agora fala sério: a arte NAIF está ligada ao genuíno, então podemos dizer que a arte Naif é ser autêntico? – Hum... que tal quebrarmos um pouco a cabeça?

Voltarei em breve...xaaaaaaaaaaaaau!!!
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