terça-feira, 28 de abril de 2009

Renoir - Pierre Auguste Renoir - Francês-1841-1919

Madame Georges Charpentier e suas filhas - 1878-

No atelier repleto de cavaletes, telas, bastidores, tintas, Renoir examina atentamente as telas para escolher a mais sólida e pesada; leva para a enorme janela que ilumina o ambiente, ao abrir-se para os telhados de Paris...e quando a beleza se instala, nossos olhos se abrem para recebê-las...e foi assim que o extraordinário pintor de paisagens e figuras humanas, o francês Renoir iniciou sua atividade em Paris, decorando porcelanas, tecidos e leques. Esse trabalho deu-lhe uma experiência que foi de indiscutível valor em toda a sua carreira .
Cursou a Escola de Belas Artes de Paris, fez amizade com Monet e Sisley, trabalhou muito ao ar livre. Só começou a despertar atenção porém quando expôs, no atelier do fotógrafo e jornalista Nadar, o quadro intitulado (O Palco) onde o branco e o preto se destacam sobre o rosa das flores.
A partir daí modifica, o modo de pintar, e de compor seus nus, seguindo ritmos, mais estudados, não apenas ditado pelo instinto, mas baseado na pesquisa do equilíbrio da forma e da cor.
Renoir destacou-se justamente pela maneira muito pessoal de ver o mundo e de pintar a figura humana, sobretudo a figura feminina. Mulheres de contornos macios, suaves, arredondadas é o modo como o artista “vê” esse modelo.
Depois as tonalidades escolhidas e com tintas estendidas sobre as superfícies brilhantes e transparentes, ao contrário dos demais pintores, que costumavam a usar cores opacas e empastadas.
Por último, a utilização de espaços abertos, como fundo, que realça as figuras e contribui com seus reflexos e claros-escuros para o resultado cromático do conjunto.
Pela sua maneira de pintar, Renoir insere-se na tradição impressionista, que procura, na fragmentação das pinceladas e na aproximação das tintas, a decomposição da luz, exploração, principalmente a composição de cores complementares.
Pintou: paisagens, composições com figuras humanas tomadas do dia a dia, retratos e também algumas naturezas mortas, mas fez do nu ao ar livre um de seus temas prediletos.
Renoir foi um dos primeiros a explorar o contraste entre tonalidades quentes e frias, usando frequentemente a aproximação dos azuis e com o rosa, o creme, o ocre e as terras. É exatamente no contraste com o azul que o ocre pálido, a cor da carne, parece adquirir tonalidade rosa e torna-se mais luminoso e transparente.
Depois de suas experiências na Itália, onde conheceu a grande pintura de Rafael e Ticiano (renascentistas italianos), Renoir alterou sua técnica de desenhar compor e pintar.
Passou a usar figurar mais sólidas, mais compactas, menos desfeitas pela decomposição da luz, abandonando aos poucos a maneira impressionista de aplicar as tintas em pequenas pinceladas, passando a usar o método tradicional de espalhá-las em camadas.
Por volta de 1900 o artista começou a sofrer fortes dores reumáticas que o deixaram praticamente inválido mas que jamais o impediram de pintar e desenhar, nem mesmo quando a doença lhe atingiu as mãos. Com dificuldade para segurar os pincéis, amarrava-os em suas mãos. Começou também a esculpir na esperança de poder expressar seu espírito criativo através da modelagem, mas até para isso contou com a ajuda de Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam seguindo suas instruções.
Renoir concentrou-se em criar suas próprias e novas técnicas, aproveitando todo o seu aprendizado, combinando o que tinha aprendido sobre cor durante o seu período impressionista, com métodos tradicionais da tinta, resultando em uma série de obras primas.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Picasso (Pablo Ruiz y Picasso - l881/1973

( Les Demoiselles d'Avignon - 1907)
Pensamento de Pablo Ruiz Picasso:



"Em si mesmas as coisas não existem. Só existem através de nós!"

Guernica - 1937 -




Estar a frente do tempo é navegar em alto mar, e se sentir tranquilo por enxergar além da altura das águas...saber que a vida transcorre em várias fases, como foi a vida de Pablo Ruiz Picasso, hoje considerado, um dos maiores gênios da pintura, onde aprendeu a fazer os primeiros traços com o seu pai, que era professor de desenho.
Estudou por pouco tempo na Academia de Belas Artes de Barcelona e logo no início do Século XX mudou-se para Paris, onde instalou-se no famoso BATEAU-LAVOIR (barco-lavanderia), um velho casarão situado no bairro de Montmartre, a partir daí o novo centro da arte e da literatura vanguardista.

Picasso produziu grande parte de sua obra inicialmente influenciada pelos impressionistas e Toulouse-Lautrec, principalmente nas cenas de cafés e zonas boêmias da cidade.
Em seus períodos: - azul (1901-1905-melancólico) e rosa (1905-1907-mais alegre), o aspecto sentimental e naturalista predominavam em suas obras, onde pobres, doentes, mendigos, prostitutas e saltimbancos apareciam em suas telas.
Em 1907- Picasso apresenta uma obra surpreendente: Lês Demoiselles d’Avignon-revelando influência da arte negra e formas muito livres, o quadro representou de fato, um decisivo rumo ao cubismo, a maior revolução plástica depois da renascença. Liderando o movimento ao lado de Braque (pintor francês).

Picasso-vestido de arlequim-1924
-


Picasso reduziu a cor em tons ocres e cinzentos, além de decompor e abordar a imagem, segundo vários ângulos de visão.
Essa autonomia pictórica abriu um novo espaço dentro da pintura, onde foi permitido usar sobre a tela novos materiais como: papel colorido, pedaços de jornal, tecido encerado, letras, números etc., nascendo assim a técnica da colagem e do papier collé .

Além da pintura Picasso adotou todas as formas de expressão, entre as quais: escultura, cerâmica, desenho e também política, onde o levou a criar o seu quadro mais famoso:”Guernica”- sendo um protesto contra o bombardeio de nazistas e fascistas (Hitler, Mussolini e Franco) sobre Guernica (pequena cidade do norte da Espanha).


Picasso viveu intensamente a vida, e em cada momento vivido buscava colocar isso em suas obras; ora eram melancólicas , outras alegres , deformadas, figuras não convencionais, violentamente expressivas,
multiformes, empregando e inventando uma
variedade de estilos, como nenhum outro artista havia inventado antes.
Dedicou-se a tantos ofícios com grande entusiasmo e em qualquer veículo que se expressava, sempre foi imensamente brilhante. Picasso mostrou que um artista não pode ser uma cópia nem uma ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Toulouse - Lautrec (1864/1901)

Salon in Rue Des Moulins - Henri Marie Raymond de Toulouse Lautrec Monfa.
Desceu das alturas para misturar-se ao povo mais baixo, obrigando a arte também a descer o pedestal dos museus e mansões, para derramar-se pelas ruas.

Procurou fazer parte do mundo que ele retratava em seus quadros. Vivenciou o submundo, centro de atração da secreta sociedade do prazer, instalou-se em um prostíbulo de luxo -Montmartre -.

Sua obra não é problema, mas mistério inesgotável, como a própria vida. Uma maravilhosa fonte de conhecimento e de vivência, além do bem e do mal.

Indagou o rosto humano, procurando sua verdade. Procurou inconscientemente através de sua pintura um alimento que servisse como cura para seu espírito...numa busca infinita de si mesmo, para compreender suas limitações e angústias, diante da vida.

Toulouse teve duas quedas o qual o deixou com as duas pernas atrofiadas, e não suportou ter que conviver com sua figura deformada, sendo chamado de " anão bufão", o pintor das verdades amargas.

Entre a solidão e a marginalidade, recorreu ao álcool, buscando o tempo inteiro na intimidade dos outros, "talvez", uma inspiração para retratar sua própria imagem e refletir sobre a vida, deixando transparecer um pouco de sua secreta ternura!
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